Apesar dos impactos negativos, 1.479 dos jovens disseram que
o Instagram também promove formas de expressão e a busca
pela identidade pessoal, assim como Twitter e YouTube.
iStock/Getty Images.
Publicado originalmente no site da revista Veja, em 19 maio 2017.
Saiba qual é a rede social que mais impacta a saúde mental.
Segundo novo estudo, o Instagram é a rede social que tem
maior impacto na saúde mental dos jovens, em questões como aceitação do corpo,
ansiedade e solidão.
Por Da Redação.
De acordo com um estudo da Sociedade Real para Saúde
Pública, do Reino Unido, o Instagram é rede social que mais impacta
negativamente a saúde mental dos jovens. O questionário criado pelos
pesquisadores mostrou que o aplicativo de compartilhamento de imagens afeta de
forma negativa o sono, a percepção do corpo e o fear of missing out (em
tradução livre, o ‘medo de ficar por fora’) dos usuários britânicos,
principalmente mais jovens.
A necessidade de estar sempre online para acompanhar as
postagens dos amigos pode ser extremamente prejudicial, levando a comparações
irreais, ansiedade e depressão.
Opinião dos jovens
Na pesquisa, 1.500 jovens britânicos com idade entre 14 e 24
anos avaliaram como as plataformas de mídias sociais que usavam impactavam
questões como depressão, ansiedade, solidão e o senso de comunidade. O site com
mais respostas positivas foi o YouTube, seguido pelo Twitter e Facebook. Já os
aplicativos Snapchat e Instagram foram considerados os piores nestes quesitos.
Um problema presente em quase todas as mídias foi o vício no uso das redes, que
pode estimular a insônia.
Só o Instagram tem 500 milhões de usuários ativos e mais de
95 milhões de fotos postadas e 3,5 bilhões de curtidas diariamente. “É
interessante como o Instragram e o Snapchat, ambos aplicativos focados no culto
à imagem, foram indicados como os piores para a saúde mental e bem-estar. Eles
parecem estar mais ligados ao sentimento de inadequação e ansiedade entre os
mais jovens”, explicou Shirley Cramer, chefe executiva da Sociedade Real para
Saúde Pública, ao The Telegraph.
Um dos participantes do questionário apontou a constante
preocupação com o que os outros pensam sobre suas fotos e postagens. Outro
entrevistado contou também que passa muito tempo nas redes e acaba perdendo o
sono, atividades escolares e até oportunidades de sair com amigos e familiares.
Busca pela identidade
“As plataformas que deveriam ajudar as pessoas a se
conectarem com outras podem, na verdade, estar alimentando uma crise na saúde
mental”, disse a equipe de pesquisa em comunicado. Apesar disso, 1.479 dos
jovens disseram que o Instagram também promove formas de expressão e a busca pela
identidade pessoal, assim como Twitter e YouTube. O site de compartilhamento de
vídeos foi classificada como uma mídia para aumentar a conscientização dos
jovens. Já o Facebook foi listado como um importante meio para busca de apoio
emocional e coletividade.
Segundo Becky Inkster, pesquisadora honorária da
Universidade de Cambridge, jovens e adolescentes sentem a necessidade de se
sentirem confortáveis ao falarem sobre problemas pessoais e acabam recorrendo
às redes sociais e ambientes online. “Como profissionais da saúde, precisamos
fazer todas as tentativas para entender as expressões, os léxicos e os termos
da cultura da juventude moderna para melhor se conectar com seus pensamentos e
sentimentos”, explicou ao The Telegraph.
Alertas nas redes sociais
Segundo o estudo, sete em cada 10 dos jovens entrevistados
acham importante que as redes sociais, como o Twitter e o Facebook, apresentem
algum suporte sobre o assunto. No entanto, os alertas atuais são bastante
discretos.
Em relatório, os especialistas sugeririam que os sites em
questão procurassem alertar os usuários sobre os riscos relacionados ao
comportamento e acesso constante, considerado vicioso, e ajudá-los a procurar
ajuda, caso demonstre perigo à saúde mental.
Texto e imagem reproduzidos do site: veja.abril.com.br
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