Imagem reproduzida do site [feninjer.com.br] e postada
pelo
blog “Publicação Digital”, para ilustrar o presente artigo.
Texto publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 20/04/2018
A geração das redes sociais e a banalização do cotidiano
Coloque um filtro e digite em até 140 caracteres
Por Caroline de Alencar Barbosa
Graduada em História na Universidade Federal de Sergipe
(DHI/UFS)
Mestranda em Educação na Universidade Federal de Sergipe
(PPGED/UFS)
Integrante do Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/UFS)
E-mail: caroline@getempo.org
Orientador: Prof. Dr. Dilton Cândido Santos Maynard“
Larga esse celular. No meu tempo, valorizávamos mais os
momentos. Não tinha essa “coisa” de foto. No máximo um filme para a máquina
fotográfica que a gente torcia para não queimar”. Depoimentos como esse podem
ser encontrados na fala dos mais velhos o que demonstra uma crise de geração. A
rápida evolução das tecnologias e a possibilidade de amplo acesso à internet
trouxe para o cotidiano práticas novas e a banalização de momentos que antes
eram considerados únicos: casamentos, formaturas, confraternizações, etc.,
agora ficam à mercê dos cliques e da ‘alimentação’ por segundo de redes sociais
variadas.
Identificamos uma nova geração
dependente da aceitação dos seus pares não mais em um ambiente compartilhado,
presencial e sensorial, mas através dos likes e visualizações. A rapidez nas
informações e a capacidade de sintetizar tudo, TUDO mesmo, em 140 caracteres
criou o desinteresse pelo debate. Observamos pessoas com alta capacidade de
reter diversas informações em pouco tempo (o que não quer dizer que sejam de qualidade)
com a ausência de um filtro.
Mas o que
pensamos ao falar de filtro? Imediatamente muitos pensarão nos que estão
disponíveis para edição de fotos, que as tornam impecáveis e na melhor das
hipóteses criam a ideia de que sua vida é perfeita. Nesse caso, não estão sendo
considerados esses filtros, mas os de criticidade frente às situações de vida.
Todos os temas parecem ganhar uma repercussão instantânea: aparecem diversos
‘especialistas’ sobre o tema e discute-se isso por no máximo uma semana. E depois?
Esquece. Assunto novo.
Tomando como
exemplo as escolas, compreende-se como essa nova configuração cria uma ausência
de formação nas relações de sentido, pois o aluno não atribui à instituição e
ao professor a função que lhe cabe. Se questionado sobre algo recorre aos
mecanismos de busca. Surgiram dúvidas sobre o tema? Pesquisa depois. Precisa
entregar uma pesquisa escolar? Copia e cola. O sentimento de independência é
deturpado e tudo parece ser de fácil resolução.
Nesse sentido, percebe-se a necessidade de rever o uso da web e de todos
os seus componentes nas práticas cotidianas com a finalidade de tornar essas
ferramentas digitais instrumentos de desenvolvimento do indivíduo. Não existe
fórmula pronta, nem maneira correta de lidar com essa realidade, porém mudanças
podem (e devem) ser feitas nas maneiras de utilização e principalmente na
importância conferida a todo esse aparato tecnológico.
Texto reproduzido do site: infonet.com.br/blogs/getempo
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