No mundo, um em cada três jovens de até 18 anos
não tem acesso online, o que totaliza 346 milhões
de pessoas totalmente desconectadas.
Publicado originalmente no site Huffpost Brasil, em 11/12/2017.
Má distribuição de internet pode criar novos tipos de
desigualdade, diz Unicef
Enquanto jovens da África são os menos conectados, com cerca
de 3 em cada 5 crianças offline, apenas um em cada 25 jovens na Europa está na
mesma situação.
Ana Beatriz Rosa
Repórter de Vozes, Mulheres e Notícias, HuffPost Brasil
Em novo relatório publicado no último domingo (10), a Unicef
defende que as novas tecnologias são fator decisivo para incluir crianças
marginalizadas da sociedade, seja por conta da cor da pele, do país de origem,
da faixa salarial familiar ou do acesso à educação. No entanto, o acesso a
principal delas, a internet, ainda é muito limitado e concentrado.
No mundo, um em cada três jovens de até 18 anos não tem
acesso online, o que totaliza 346 milhões de pessoas totalmente desconectadas.
Enquanto isso, o relatório aponta que os jovens compõem o
grupo etário mais conectado do planeta, com 71% do público com acesso à
internet, contra apenas 48% da população total do mundo.
De acordo com a Unicef, as concentrações, principalmente
regionais, atrapalham essa democratização do acesso à internet. Enquanto jovens
da África são os menos conectados, com cerca de três em cada cinco crianças
offline, apenas um em cada 25 jovens na Europa está na mesma situação.
O estudo Children in a Digital World (Crianças em um Mundo
Digital) alerta para o fato de que essa má distribuição da tecnologia pode
criar novos tipos de desigualdade e impedir que as crianças atinjam o seu
potencial real.
Para a Unicef, os Estados precisam agir e acompanhar essas
transformações rapidamente, caso não queiram deixar estas crianças ainda mais
vulneráveis e mais suscetíveis à exploração, abuso e até mesmo o tráfico de
pessoas.
As tecnologias de comunicação, assim como a urbanização e a
globalização, transformaram o mundo. E isso trouxe impactos ao modo como a
infância é vivida, argumenta o relatório.
Apesar de tornaram mais fácil compartilhar conhecimentos,
essas ferramentas também facilitaram a produção, distribuição e consumo de
materiais pornográficos. De acordo com a organização, mais de 90% dos sites de
conteúdo pedófilo estão hospedados em países como Canadá, Estados Unidos,
França, Holanda e Rússia. Ainda, as redes permitiram novos canais para o
tráfico de crianças e novos meios de ocultar transações ilegais das autoridades
policiais, explica o estudo.
"A internet foi concebida para adultos, mas é cada vez
mais usada por crianças, adolescentes e jovens – e a tecnologia digital afeta
cada vez mais a vida e o futuro deles. Sendo assim, as políticas, práticas e
produtos digitais devem refletir melhor as necessidades, as perspectivas e as
vozes das crianças e dos adolescentes", defende o diretor executivo da
Unicef, Anthony Lake.
Em busca de combater estes problemas, a organização publicou
uma série de estratégias e políticas em benefício dos jovens. A principal delas
está em proteger a privacidade de crianças e adolescentes online.
Outra medida é educar e conscientizar a juventude para os
tipos de conteúdo online.
Texto e imagem reproduzidos do site: huffpostbrasil.com
Texto e imagem reproduzidos do site: huffpostbrasil.com
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